De acordo com a expressão popular, ganhar “um lugar ao sol” é ocupar uma posição de reconhecimento, de importância. Um lugar, na verdade, que todos deveriam alcançar e lá permanecer. Mas, infelizmente, em um mundo desigual, algumas pessoas sequer conseguem vislumbrar o sol.
Foi pensando nisso que Bianca Baldini resolveu criar a ONG Um Lugar ao Sol e levar luz para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social em Curitiba (PR). No início dos anos 2000, ela começou a promover algumas ações, como a arrecadação de brinquedos. O nome veio logo em seguida: “esse nome quem deu foi uma colega minha, que começou lá em 2003 me ajudando com os brinquedos. Eu sempre gostei muito do sol como símbolo. Aí ela deu essa sugestão e eu abracei, porque é a ideia de que todas as crianças, adolescentes e até as famílias carentes tenham um lugar ao sol na vida, uma chance de ser uma pessoa melhor, de ter uma oportunidade” – explica Bianca.
Em 2007, a Um Lugar ao Sol foi oficializada como uma organização da sociedade civil (OSC) sem fins lucrativos – e, desde então, tem se dedicado a transformar a realidade de muitas pessoas por meio da educação e da solidariedade.
Na instituição, as crianças e adolescentes assistidos têm acesso a aulas de reforço escolar, oficinas de música, capoeira e jiu-jitsu, além de alimentação garantida – o que faz muita diferença na rotina e na saúde dos beneficiados. Thayane da Silva, de 22 anos, começou a participar das atividades da Um Lugar ao Sol quando tinha 13 anos. Hoje, atuando como voluntária, agradece a oportunidade que teve: “eu aprendi várias coisas na ONG, como inglês, português, matemática e espanhol. Eu agradeço muito por ter participado. Agora eu sou voluntária aqui e estou cuidando da ONG do Tatuquara. Me sinto muito honrada por isso!” – completa.
De fato, a presença da instituição faz muita diferença nas regiões em que atua. Tanto o Parolin quanto o Tatuquara são bairros curitibanos com problemas infraestruturais e sociais. Por isso, a ONG acabou se tornando uma referência junto à comunidade em geral, promovendo campanhas de distribuição de cestas básicas, marmitas, roupas e calçados.
Paulo Guimarães, vice-presidente da Um Lugar ao Sol, relata como as atividades da instituição são importantes e fortalecem a crença em um mundo melhor: “Tudo que a gente faz pelas crianças, pela comunidade, é com muito carinho. É uma coisa que fortalece a nossa própria alma. É algo muito bom que tentamos propagar para as pessoas, para as crianças principalmente, mostrando que elas podem fazer amanhã o que fazemos hoje. Por isso existe o projeto Jovens Sementes, porque é uma sementinha que a gente planta para colher o fruto depois”.
A parceria com a Retornar
Em 2020, a Um Lugar ao Sol, em parceria com a Retornar, promoveu uma ação que sorteou uma caminhonete C-10 1973. O sorteio, que aconteceu dia 23/09/2020, premiou Carlito Schroeder com um carrão e, também, a própria ONG Um Lugar ao Sol com a solidariedade de pessoas de diversos lugares do Brasil. Com a colaboração, a instituição finalmente poderá comprar uma sede própria no bairro Tatuquara e continuar levando luz a quem precisa. “Às vezes as crianças e adolescentes não sabem que existem outros caminhos, que existe um lugar ao sol para eles também. Então, nós estamos aqui para mostrar a cada um o seu lugar ao sol” – finaliza Bianca Baldini.